Mary Helen Barcellos-Hoff, uma biologista celular do Lawrence Berkeley National Laboratory e Adjunct Professor, Department of Radiation Oncology; Adjunct Professor, Department of Cell Biology e Radiation Oncology da New York University School of Medicine trabalha há anos estudando os mecanismos pelos quais a radiação ionizante pode causar câncer de mama e descobriu que há por outros mecanismos envolvidos além das mutações genéticas
- Sabe-se que a exposição à radiação produz mutação genética em células da mama e essa é a via mais conhecida pela qual a radiação é conhecida por causa o câncer.
- Mas também pode desligar o gene supressor do tumor p16 deixando as células malignas livres para se multiplicarem.
- Em 2011 uma pesquisa do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley na América (uma instalação do governo dos EUA) mostrou que a radiação modifica o microambiente ao redor das células de mama e aumenta os riscos de mutação dentro dessa região e aumenta o risco de mutação ser passada na divisão celular.
- O estudo demonstrou que a 4 a 6 semanas após a exposição à radiação a um nível inferior ao de uma mamografia as células da mama células começaram a envelhecer prematuramente. Isto resultou na sua incapacidade de enviar mensagens químicas para o ambiente ao redor, que já estava preenchido com células pré-cancerosas mutantes resultantes também da radiação.
- «Nosso trabalho mostra que a radiação pode alterar o microambiente das células da mama, e este por sua vez, pode permitir o crescimento de células anormais com um fenótipo de longa duração que têm um potencial muito maior para ser cancerígeno», disse Paul Yaswen, um biólogo celular e de câncer de mama, especialista em pesquisa da Divisão de Ciências da Vida do Laboratório Berkeley, acrescentando: «Muitos na comunidade de pesquisa do câncer, especialmente os radiologistas, têm sido lentos em reconhecer e incorporar em seu trabalho a ideia de que as células não são entidades independentes, mas são altamente comunicativas umas com as outras e seu microambiente.
- Aparentemente câncer faz 40 divisões durante sua vida e é questionável que o diagnóstico pela mamografia seja precoce, pois o método só consegue detectar o câncer quando o tumor já atingiu certo tamanho, o que ocorre após 20 divisões. É demasiado tardio para ser considerado diagnóstico precoce.
Fonte: http://www2.lbl.gov/Science-Articles/Archive/LSD-Barcellos-Hoff.html